A Gestão Tarcísio e a Crise Educacional em São Paulo: Autoritarismo, Tecnificação e a Falácia dos Números
A reportagem da Folha de S.Paulo (como visto na imagem) revela um dado alarmante: as ocorrências de bullying, uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas nas escolas estaduais paulistas dobraram entre 2022 e 2024, justamente no período em que a gestão Tarcísio de Freitas prometeu “segurança escolar” (Folha de S.Paulo, 2024). Esse cenário não é […]
30 jun 2025, 12:30
A reportagem da Folha de S.Paulo (como visto na imagem) revela um dado alarmante: as ocorrências de bullying, uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas nas escolas estaduais paulistas dobraram entre 2022 e 2024, justamente no período em que a gestão Tarcísio de Freitas prometeu “segurança escolar” (Folha de S.Paulo, 2024). Esse cenário não é mero acaso, mas resultado de um projeto que esvazia a gestão democrática, substitui o pensamento crítico por plataformas digitais e prioriza avaliações punitivas em detrimento de políticas reais de qualidade.
O Autoritarismo na Gestão e o Colapso da Participação Enquanto problemas como violência e drogas se agravam, a Secretaria de Educação ignora os conselhos escolares, as assembleias de docentes e as vozes das comunidades. A matéria menciona que os programas de segurança da gestão têm “defasagem de profissionais” — ou seja, são ações superficiais, impostas de cima para baixo, sem diálogo com quem vive a escola. Esse modelo repete o viés antidemocrático do governo federal, que trata a educação como custo, não como direito.
Plataformas Digitais: O Banco de Dados que Substitui o Professor Enquanto alunos enfrentam crises de saúde mental e violência, o governo investe em soluções tecnocráticas: plataformas digitais que burocratizam o ensino e transformam professores em tutores de algoritmos. O foco em “ferramentas digitais” (como o Centro de Mídias) mascara a falta de investimento em condições reais de trabalho, como salários dignos e redução de turmas superlotadas. A educação vira um simulacro de inovação, enquanto o bullying e as drogas dobram (Folha de S.Paulo, 2024).
Saresp e Outras Farsas: Avaliar para Punir, Não para Melhorar A obsessão com avaliações de larga escala (como o Saresp) expõe a lógica perversa da gestão: escolas pobres são penalizadas por índices baixos, enquanto o governo não oferece apoio pedagógico ou infraestrutura. Os dados da Folha comprovam que não há correlação entre testes padronizados e qualidade real — afinal, como explicar que, em plena era de “avaliações”, a violência escolar disparou?
Os Números da Vergonha
A matéria da Folha escancara o fracasso de um modelo que:
Terceiriza a democracia (gestores decidem sem ouvir professores);
Mercantiliza o saber (plataformas vendem ilusão de eficiência);
Avalia para segregar (testes servem ao ranking, não à aprendizagem).
Enquanto Tarcísio e o governo federal não reconhecerem que educação se faz com participação, investimento e respeito aos profissionais, os dados continuarão a ser não de progresso, mas de tragédia.