Aquecimento global: climatização nas escolas e cortes orçamentários na educação.
O Censo Escolar do INEP de 2024 trouxe uma realidade alarmante: 70% das salas de aula nas escolas públicas brasileiras, tanto municipais quanto estaduais, não são climatizadas. O aquecimento global é uma realidade no mundo e o Brasil vem enfrentando uma crescente em suas temperaturas. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) […]
O Censo Escolar do INEP de 2024 trouxe uma realidade alarmante: 70% das salas de aula nas escolas públicas brasileiras, tanto municipais quanto estaduais, não são climatizadas.
O aquecimento global é uma realidade no mundo e o Brasil vem enfrentando uma crescente em suas temperaturas. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) Regiões como o Norte e o Centro-Oeste são as mais impactadas, com estados como Mato Grosso, Tocantins e Rondônia registrando temperaturas médias muito maiores nos últimos anos. Dados mais Recentes indicam que algumas áreas do Brasil superam os 40 °C em épocas de calor intenso.
O aquecimento é impulsionado por diversos fatores climáticos globais, e a falta de infraestrutura adequada, como salas de aula climatizadas, assim como políticas que coloquem em prática uma educação ambiental no currículo escolar, em um curto prazo pode-se tornar um problema ainda mais crítico em estados onde o calor extremo prejudica ainda mais o ambiente de ensino.
Em estados como São Paulo, onde apenas 10% das salas são climatizadas, o desafio é ainda maior, principalmente com a tentativa do governo estadual de cortar R$ 10 bilhões da educação, onde muitas salas de aulas são de latas, além de problemas estruturais como falta de água e salas superlotadas. São diversas as denúncias de calor extremo. Na escola Estadual Júlio Secco na Praia Grande em (2023) segundo alunos e professores diversas vezes as aulas tiveram que ser ministradas em espaços abertos como a quadra de esportes.
A deputada federal Sâmia Bomfim destinou emendas parlamentares importantes para educação, dentre elas emendas para compra de ar condicionado, porém apesar do esforço da deputada no enfrentamento ao sufoco vivido por estudantes em sala de aula, diversas escolas não poderão receber as emendas porque as unidades escolares não possuem estrutura elétrica para receber os equipamentos, colocando a responsabilidade no governo que precisa urgentemente reestruturar todas as escolas para que possam receber, não somente equipamentos, mas a infraestrutura adequada para tais aparelhos de climatização, o que pode ajudar a melhorar o processo de aprendizagem dos alunos e a qualidade de vida tanto dos estudantes como de professores que atualmente precisam suporta um calor extremo nas salas de aulas.
Essas emendas poderiam ser utilizadas para a compra de ar-condicionado ou para melhorias na infraestrutura das salas de aula, permitindo sua climatização. É fundamental que haja políticas públicas que incentivem e facilitem a adaptação das escolas para receber esses equipamentos, já que muitas ainda não possuem a infraestrutura necessária.
Esse corte drástico agravaria uma situação já preocupante, o governo estadual de São Paulo deveria reavaliar as prioridades no orçamento, garantindo que recursos suficientes sejam destinados à climatização e modernização das escolas públicas.
O governo federal também realizou cortes na educação, impactando no orçamento disponível para melhorias na infraestrutura, como a climatização das salas de aula. Enquanto Governo Federal e Estaduais se preocupam com processos de privatização dos setores públicos como a educação, utilizam do BNDES para financiar e priorizar investimentos em parcerias público-privadas (PPPs), deixando os setores públicos em segundo plano.
A climatização das escolas não é apenas uma questão de conforto, mas de saúde pública, aprendizado e bem-estar dos alunos e professores, principalmente em regiões com maior vulnerabilidade social.
É urgente que as políticas voltadas à educação considerem o impacto que os atuais cortes de verbas causarão no desempenho escolar.
É crucial que a pauta de corte orçamentário seja repensada, tanto no âmbito estadual como federal.
No estado de São Paulo, as temperaturas têm registrado aumento constante. Em regiões do interior, como Ribeirão Preto e Presidente Prudente, as temperaturas frequentemente ultrapassam 35 °C na capital paulista, os picos de temperatura ultrapassam os 30 °C e sensação térmica chega a aproximadamente 40 °C.
As escolas públicas já enfrentam diversos problemas estruturais e pedagógicos, a questão da falta de climatização, impactam diretamente a qualidade do ensino e o bem-estar de alunos, professores e todos os profissionais da educação.