O carnaval passou. No dito popular, o Brasil só começa a funcionar de verdade depois da folia. Mas e a educação? Para os professores, o ano já começou há muito tempo, e começou mal.

As salas de aula continuam superlotadas, os contratos temporários seguem sem garantia, a privatização avança sorrateiramente e os professores enfrentam condições cada vez mais precárias de trabalho. A centralização das atribuições pela Vunesp dificulta ainda mais a vida de quem tenta garantir uma vaga no magistério. O fechamento de escolas noturnas afeta diretamente os trabalhadores que buscam educação, e o assédio moral nas escolas continua sendo uma triste realidade.

Enquanto isso, o governo impõe políticas de avaliação que cobram resultados sem oferecer estrutura adequada. Os professores são responsabilizados por falhas de um sistema que não lhes dá condições para exercer sua função de forma digna. A sobrecarga de trabalho, os baixos salários e a burocracia das perícias médicas refletem o descaso com a categoria.

Além disso, políticas como a Avaliação 360 impõem métricas de desempenho que ignoram as dificuldades reais dentro da sala de aula. Professores enfrentam desafios diários sem o suporte necessário, lidam com turmas cada vez maiores e sofrem com a falta de estrutura básica nas escolas. Muitos adoecem física e mentalmente diante da pressão e da falta de valorização.

O ano letivo começou, e os desafios para a educação pública permanecem. Se não houver investimento real, planejamento e compromisso com a valorização dos professores, o futuro da educação seguirá comprometido.

É fundamental que a sociedade compreenda a importância da educação e a necessidade de oferecer condições dignas para aqueles que são responsáveis por formar as próximas gerações. A valorização dos professores deve ser prioridade para garantir uma educação de qualidade para todos.

Agora que o ano “começou de verdade”, fica a pergunta: quando a educação será tratada com a seriedade que merece?