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Viva o 1 ° de Maio

Para a classe trabalhadora o primeiro de maio é um dia de luta. A memória dos heróis de Chicago – EUA, que tombaram, após a deflagração de uma greve geral, lutando pela jornada de oito horas de trabalho em 1886 nos impõe uma necessidade de continuar lutando. Naquele momento terrível, para tentar punir exemplarmente a […]

30 abr 2024, 16:32

Para a classe trabalhadora o primeiro de maio é um dia de luta. A memória dos heróis de Chicago – EUA, que tombaram, após a deflagração de uma greve geral, lutando pela jornada de oito horas de trabalho em 1886 nos impõe uma necessidade de continuar lutando. Naquele momento terrível, para tentar punir exemplarmente a combatividade dos operários, a burguesia sentenciou quinze deles a morte, onde cinco foram enforcados e outro assassinado dentro da cela.

Três anos depois o julgamento foi anulado e os operários que ainda estavam presos foram libertados.  Diante deste trágico episódio em um Congresso realizado em Bruxelas na Bélgica, em 1891, a II Internacional Socialista aprovou que o dia 1º de maio seria um dia de luta de todos os trabalhadores em todos os países, reivindicando a jornada de oito horas diárias de trabalho. Nos anos que se seguiram, o dia 1º de maio passou a ser marcado por protestos, greves, manifestações, atos públicos e enfrentamentos com a polícia, nesse período o primeiro de maio não era feriado.

Como estratégia para conter esta situação, a classe dominante decidiu transformar o 1º de maio em feriado e dar-lhe o nome de “Dia do Trabalho”, buscando converter as manifestações e protestos em festas e confraternizações.

Na atualidade o primeiro de maio é um momento importante de fortalecer a luta contra o genocídio do povo palestino executada pelo governo fascista de Netanyahu, seguir o exemplo dos estudantes dos EUA e das centenas de milhares de argentinos que tem dado uma demonstração de força contra Milei e seu projeto de morte. Os trabalhadores em todo mundo vão às ruas contra o fascismo e a política de massacres, de morte e de genocídio.

NESTE PRIMEIRO DE MAIO APOIO TOTAL AS GREVES DOS SERVIDORES FEDERAIS E   TODAS ÀS LUTAS DOS TRABALHADORES DA CIDADE E DO CAMPO!

A ultra direita fascista não dá trégua em nosso país, levando a uma situação de gravidade extrema no que tange a plataforma de aprofundamento da supressão dos direitos e aprofundamento da desigualdade socioeconômica. A vitória de Lula ocorreu em cenário de extrema adversidade e as forças reacionárias continuam tramando em todas as esferas da vida política, tendo o Congresso Nacional como principal trincheira, porém as demonstrações de força em Praças e Avenidas pelo país a fora e mesmo com todas as concessões feitas pelo governo (nas palavras de um próprio ex-ministro petista “lula montou um governo de centro-direita), as hienas direitistas continuam à espreita esperando o melhor momento e a melhor forma de golpear a frágil democracia do país.

Nessa perspectiva a greve de diversos segmentos dos servidores públicos federais e de professores universitários e o não atendimento das reivindicações em uma mesa de negociação séria, mostram que os agentes do mercado controlam a riqueza do país e mesmo com a inclusão de milhões de trabalhadores no mercado de trabalho, o Brasil continua a ser campeão em concentração de riqueza. Na periferia das grandes cidades milhões de sem-teto continuam morando em condições subumanas, no campo a concentração fundiária configura uma das maiores do mundo, a reforma agrária continua sendo uma necessidade essencial. O agronegócio continua a ser um dos maiores beneficiários dos recursos públicos controlando centenas de bilhões de reais, na grande maioria, grandes grupos empresariais, cuja produção destina-se exclusivamente para o mercado externo.

CONSTRUIR UM PROGRAMA PARA MELHORAR A VIDA DA CLASSE TRABALHADORA!

A construção de um programa que inverta as prioridades é essencial. As necessidades fundamentais para a garantia do bem-estar da população é a prioridade básica com a qual devemos dialogar com a classe trabalhadora em cada lugar. A garantia de emprego e salário, moradia digna, educação pública de qualidade, saúde plena, transporte gratuito, apoio às expressões culturais, preservação ambiental; são algumas das necessidades primordiais para garantir uma qualidade de vida com dignidade para a classe trabalhadora.

Por isso, o primeiro de maio tem que refletir a história da classe trabalhadora e expressar nossos interesses, a partir de um sindicalismo classista, independente e autônomo em relação aos patrões e aos governos. Um sindicalismo que tem como tarefa central a organização da classe trabalhadora a partir dos locais de trabalho, dos bairros, etc.

EM SÃO PAULO GOVERNO TARCÍSIO: EXTREMA DIREITA, REPRESSÃO E PRIVATIZAÇÕES

Reforçamos que o peso do estado de São Paulo o faz central para o embate com a extrema-direita e para a construção de uma alternativa de esquerda ao lulismo, projeto para o futuro, especialmente considerando que o governo de Tarcísio além de ser seguidor de Bolsonaro e possível presidenciável em 2026, é também a chance para o Bolsonarismo superar o isolamento desde a derrota das eleições presidenciais de 2022.

Sob Tarcísio, a sanha privatista e repressora aumenta. Percebe-se isso por meio das ações criminosas das forças policiais na Baixada Santista (uma verdadeira chacina), pelos projetos de privatização, pelo escárnio representado pela política educacional encabeçada pelo secretário Feder que demitiu milhares de professores categoria “O”, pelo apoio à grilagem de terras e à perseguição aos movimentos sociais principalmente na região do Pontal do Paranapanema.

No caso da educação, educadores e estudantes são hoje linha de frente na resistência ao projeto autoritário e neoliberal, seja enfrentando o difícil cenário da violência nas escolas, perseguição e assédio sofrido pelo corpo docente, seja denunciando as falcatruas de Feder e Tarcísio com os materiais escolares, ou exigindo o cumprimento inadiável do Piso do Magistério. A categoria do magistério tem dado um combate contra o assédio moral institucionalizado através da plataformização e contra o uso da inteligência artificial. As perseguições, abertura de processos e demissões tem sido uma prática recorrente.

O transporte público, além de caótico, está sob a mira das privatizações, apesar do precedente absurdo representado pela Via “Imobilidade”, o governo pretende privatizar também todas as linhas de metrô e de trem que continuam sob controle estatal atuando de forma assediadora sobre os trabalhadores e avançando com os leilões.

A defesa das privatizações por Tarcísio mostra que o centro do governo é aumentar o lucro dos grandes capitalistas. O governo pretende privatizar a SABESP, sendo que em 2022 a empresa teve lucro de R$ 3,12 bilhões, aumento de 35,4% em relação ao ano anterior. No início de outubro Tarcísio liberou de 4 a 10 milhões em emendas parlamentares paralelas na esperança de amarrar a base para votar favorável a privatização da SABESP, só a bancada do PSOL, sob direção da deputada Monica Seixas manteve sua posição firme e não aceitou ser parte dessa lógica do toma lá dá cá.